MRV diz que 2022 será pior ano para habitação popular desde o início do Minha Casa Minha Vida

casas-populares.jpg

Índice

As casas populares do Brasil devem, em 2022, ter o pior ano dos últimos 10 anos, devido à inação federal para reajustar o valor do programa Casa Verde e Amarela, que está atrasado em relação à escalada da inflação, disse Rafael Menin, co-presidente da construtora MRV. “Se não houver atualização da regra de renda, será o pior ano do programa desde o início do Minha Casa Minha vida”, afirmou em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.

Segundo executivos, as famílias de menor renda do programa, lançado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 e rebatizado no governo de Jair Bolsonaro, devem-se a discrepancia da renda em relação ao preço dos imóveis.

“O resultado foi que o mercado tornou-se muito mais seleto em relação aos projetos, e muitos dos recursos que deveriam ser utilizados para financiar o programa finalmente não apareceram”, disse Menin, sem expressar nenhuma esperança de uma correção significativa dos valores do programa que serão apresentado mais tarde neste ano.

De fato, de acordo com os dados operacionais publicados na segunda-feira, a divisão MRV de vendas de imóveis disponíveis mostrou os resultados mais fracos no quarto trimestre. Apesar disso, a empresa de Minas alcançou resultados recorde em lançamentos e vendas, principalmente graças à eficiência da AHS, divisão do grupo nos EUA.

De outubro a dezembro, o total de lançamentos da MRV&Co foi de 3,24 bilhões de reais, um aumento de 52,4% em comparação com o mesmo período de 2020. Enquanto a unidade do MRV era praticamente estável, o número de lançamentos do AHS aumentou de zero para 1 bilhão de reais.

Em termos de vendas, as vendas consolidadas aumentaram 18% na comparação anual para R$ 2,4 bilhões, a divisão MRV diminuiu 16,2%, e o preço médio por apartamento aumentou 4,7% para R$ 169 mil.

Na AHS, as vendas subiram 184,4% para R$ 717 milhões e as vendas unitárias subiram 129% para 590 unidades.

A empresa encerrou seu quarto trimestre da seguinte forma: Queima de caixa de R$ 128 milhões após R$ 174,2 milhões ocorridos há um ano.

A unidade da MRV consumiu aproximadamente R$ 250 milhões em caixa e a AHS gerou R$ 107,5 milhões, um aumento de 15,3% em relação ao quarto trimestre de 2020. 12,4 milhões um ano atrás.

No período, a empresa também assinou um acordo para vender cerca de 5,1 mil unidades Luggo para a Brookfield, totalizando vendas (VGV) de R$ 1,26 bilhão.

Para Menin, o perfil de desempenho deste ano deve continuar pesando nas margens brutas, uma vez que as condições macroeconômicas desfavoráveis no Brasil devem limitar a recuperação de seu core business.

Mais conteúdos relevantes

Novidades