Caixa pretende aumentar a duração para o financiamento Casa verde e Amarela

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Caixa Econômica Federal pretende aumentar a duração máxima do financiamento no Casa Verde e Amarela (CVA) para 35 anos.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, espera-se que as concessões financeiras se expandam em 10% em 2022.

A partir de 1º de setembro, a Caixa Econômica Federal pretende começar a fornecer financiamento imobiliário na Casa Verde e Amarela (CVA) com uma duração de pagamento de até 35 anos. O prazo máximo atual para este tipo de procedimento é de 30 anos.

Rodrigo Wermelinger, diretor executivo de habitação da Caixa, forneceu as informações pessoalmente. Após participar de uma discussão sobre habitação acessível com empresários no Sindicato da Habitação (Secovi-SP) em São Paulo, ele declarou em uma entrevista que a legislação “ajudaria a trazer mais pessoas para este mercado”.

Como esta o andamento da propósta

Wermelinger afirma que a Medida Provisória 1.107, que aumentou o prazo máximo para o financiamento imobiliário utilizando fundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de 30 para 35 anos, deverá ser aprovada pelo Presidente da República na quarta-feira, 24 de abril. O principal beneficiário dos fundos do fundo é a Casa Verde Amarela.

Medida Provisória 1.107

Já existem outras linhas de financiamento com 35 anos

O banco estatal utiliza atualmente linhas de crédito que retiram fundos de contas de poupança e tem um período de financiamento de 35 anos fora do programa habitacional. Os empresários da indústria da construção civil estão ansiosos pela nova legislação, pois ela prolongaria o período de pagamento dos CVAs, permitindo-lhes reduzir o valor das parcelas da propriedade ao longo do tempo para torná-las mais acessíveis aos consumidores.

Por exemplo, um empréstimo de R$200.000,00 em 30 anos resultaria em parcelas de R$1.686,00 , enquanto que um financiamento em 35 anos ocasionaria parcelas de R$1608,00 (assumindo uma taxa de 7% ao ano sob o Sistema SAC).

As despesas crescentes de construção, que obrigaram muitos empresários a adiar o lançamento de projetos dentro do programa habitacional porque as contas não estavam mais fechadas, servem de pano de fundo para a Medida Provisória. A fim de aumentar os subsídios às pessoas cobertas pelo CVA, baixar as taxas de juros e ampliar a faixa de renda dos beneficiários, os empresários começaram a se comunicar com o governo federal e o conselho do FGTS.

Com a prorrogação do prazo nas linhas do FGTS, o diretor de habitação da Caixa declarou que não prevê muitos desafios operacionais. “Os clientes normalmente pagam nossa carteira de hipotecas em dez anos. Toda vez que recebem um bônus de Natal ou fundos adicionais, eles tentam amortizá-lo”, ele acrescentou na conversa. A taxa de inadimplência da carteira de hipotecas é tipicamente inferior a 2%. Wermelinger não revelou as informações das linhas do FGTS, mas ele disse que está sob controle e não é motivo de alarme.

A importância da Caixa Econômica Federal nesse seguimento

Atualmente, a Caixa é responsável por 99,9% dos empréstimos feitos com recursos do FGTS. Ela detinha 80% do mercado até 2014, deixando os 20% restantes para o Banco do Brasil, que estava saindo do setor de forma constante. Os empréstimos da Caixa no setor totalizaram R$ 34,8 bilhões entre janeiro e julho.

Wermelinger reconheceu que a retirada das empresas de construção como resultado do aumento dos custos de material causou uma pausa na geração de emprego no primeiro semestre. Entretanto, com o pacote de estímulos, ele prevê que essa situação mudará.

No primeiro semestre, os contratos atingiram uma média de R$ 4,9 bilhões por mês. Quando o pacote de estímulo foi parcialmente implementado em julho, este valor aumentou para R$ 5,5 bilhões. O diretor destacou que atingir R$ 6,6 bilhões é a meta para os meses de agosto a dezembro.

Durante a discussão, ele declarou: “Nosso objetivo é executar 100% do orçamento do FGTS disponível para o ano, e os números mostram que estes resultados estão surgindo devido às medidas feitas na Casa Verde e na Amarela que trouxeram em jogo clientes que não conseguiram se encaixar.

A Caixa observa a expansão fora do programa Casa Verde e Amarela também. Desde que a taxa básica de juros (Selic) começou a aumentar no início de 2021, o banco estatal aumentou sua participação no mercado de crédito imobiliário utilizando dinheiro da poupança, assumindo o lugar dos bancos privados.

De acordo com informações fornecidas pelo Wermelinger, a Caixa foi responsável por 60% do financiamento organizado nesta categoria em julho deste ano, em comparação com uma faixa de 40% a 45% na maioria dos meses do ano passado.

Em uma entrevista, ele afirmou que “a Caixa teve um crescimento na concessão de crédito, mas o mercado permaneceu mais ou menos constante”. Ele disse: “Nós nos promovemos como o banco com as taxas mais benéficas”, afirmando que as taxas de juros da Caixa são mais baixas do que as de seus rivais. Ele afirma que a conta poupança do banco é maior do que a dos bancos privados, o que torna isso possível. Para conceder empréstimos imobiliários, estes devem então recorrer a outras fontes de financiamento, mais caras.

O principal produto do banco é o empréstimo imobiliário, que tem uma taxa anual de 8,85% mais a Taxa de Referência (TR), em comparação com 9% a 10% para produtos similares em outras instituições. O diretor de habitação declarou que ainda é muito cedo para considerar uma possível redução nas taxas de juros dos empréstimos, mesmo com a esperança de que o ciclo de alta Selic esteja chegando ao fim.

Wermelinger também discutiu a linha de crédito indexada ao IPCA, que o banco foi pioneiro no desenvolvimento há cerca de três anos e desfrutou de um apelo significativo de clientes enquanto a inflação estava sob controle. Mas o valor da parcela do mutuário aumentou junto com o aumento geral dos preços.

“Aqui, a taxa padrão é inferior a 1%. É relativamente baixa porque esta linha foi projetada para um público rico que conhecia melhor o procedimento e seus perigos”, declarou ele. Quando a inflação começou a preocupar os clientes, o banco também lhes deu a opção de mudar para a modalidade atrelada ao TR.

A Caixa ainda espera um aumento de 10% nas concessões de financiamento em 2022 sobre 2021. (incluindo FGTS e cadernetas de poupança). O volume que já foi contratado ultrapassa isto. No período cumulativo de janeiro a julho deste ano, comparado ao mesmo período em 2021, o crédito contratual aumentou em 17,16%, de R$ 77,21 bilhões para R$ 90,46 bilhões. Ele disse: “Isto nos dá muita esperança para o segundo semestre”.

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